segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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É uma espiral. Sensações que sacodem e te empurram de um lado para o outro. É um frio na barriga, igualzinho quando observo a linha do horizonte na prancha e vejo chegando uma ondulação, grande, é exatamente aquele momento quando ela se ergue, vem crescendo, e você olha e não sabe exatamente o que fazer. Você gela, e o corpo todo fica alerta. Espera? Recua, por ela ser maior do que o que vc costuma dropar? Encara, e começa a remar com força, para se posicionar no lugar certo, evitando ser pega no lugar errado? Não dá para ficar imóvel por muito tempo, são segundos que decidem se vai ser o melhor drope ou o maior caldo daquele dia. Saudades disso, eh muito bom, quando vc consegue acertar o momento, quando vc entra em sintonia com o oceano. Dá medo? Muito. Mas o sorriso quando você acerta, e sente o vento, a velocidade, e se sente viva, e sai desperta, eletrizada, são daqueles momentos pelos quais vale a pena esperar.

Ah! E se vc não acertar? Vai ter que se acalmar, sentir o choque, não lutar contra a falta de ar, não entrar em pânico, até sair do mar aquele dia. Mas quando voltar da próxima vez, vc já vai saber melhor onde se posicionar. O que importa? Não deixar isso te traumatizar.

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